terça-feira, 25 de dezembro de 2012

É tempo de mudanças


Chega o fim do ano e ficamos tentados a nos prestar contas de o que tiramos de bom do ano q se passou, o que realmente nos foi significativo nele e o que desejamos realizar e obter no ano seguinte. O detalhe é se realmente sabemos distinguir o que nos afetou ou o que queremos e não queremos. O ser humano muda de ideia e de opinião muito rápido. Hoje o cool é ser versátil e, com isso, nossa felicidade fica oscilante. Afinal, se queremos ser versáteis, temos que mudar de vontade tão rápido quanto a moda, quanto as propagandas, quanto a página de notícias do facebook. Agora pergunto: essa rapidez de vontade nos faz bem? Não sei a vocês, mas acabo de descobri que isso em deixa confusa e eu posso estar andando em círculos exatamente pelo fato de querer ser dinâmica. Precisamos parar e estabelecer nossas bases, estabelecer um foco fixo e não o mudar. Não podemos ficar que nem baratas tontas no meio do salão sendo que do outro lado está a porta que tanto almejamos, mas não podemos admitir porque não é isso que o mundo nos cobra. Ele nos cobra eficiência, sim, mas também versatilidade. Eu digo foda-se a dinamicidade da vida, eu quero viver calmamente, mas confiante das minhas vontades e certa de que cada passo que eu dou é em direção ao meu foco, ao meu único foco. Não quero realizar todos os meus objetivos juntos, de uma só vez. Vale a pena dedicarmos tempo a cada um separadamente. Só assim realmente aprendemos o que o caminho nos oferece, só assim alcançamos o que queremos com total êxito. 
Aproveitar a vida, não é torná-la o mais dinâmica possível, é saber extrair tudo que o momento nos oferta, é saber explorar tudo o que está ao nosso alcance e, para isso, é preciso analisarmos minuciosamente e detentivamente. Para isso, é obvio que todo o resto tem que sumir ou ficar em segundo plano. Quando estamos lendo algo, nós não prestamos atenção a quem passa por nós ou ao objeto que está do nosso lado. Nós os detectamos, mas não nos detemos neles, não sabemos como a pessoa passou por nós, se feliz ou raivosa, só vimos um vulto passando e mantemos focados na leitura. Com a vida deve-se ter o mesmo procedimento, só que em vez de uma leitura são os nossos objetivos e vontades. Não se deixe persuadir pelo mundo! E para resistirmos a ele, é necessário estarmos de bem e conscientes do nosso interior, é necessário um autoconhecimento... A pergunta nuclear a que cheguei dessa reflexão foi: As pessoas de hoje estão preparadas para se autoconhecerem?

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Passado vs Presente, a luta que nunca termina

Há tanta coisa que eu deixei para trás, tanta coisa que eu odiava e queria me livrar logo. Mas também, há tanta coisa que eu amava, chegava a me debruçar em cima... Tudo isso ficou para trás por motivos determinados e, a maioria, sem razão nenhuma. Eu estava quase terminando um livro, mas parei na página 108. Passava a noite escrevendo, sem parar o movimento delirante dos dedos ou o som irritante de teclas sendo apertadas obstinadamente. Hoje eu desenterrei a história e provavelmente passarei a toda noite lendo a minha 'obra'. Hoje eu reabri meu blog, que me dediquei a escrever enquanto era vestibulanda. Nem lembrava mais dos conflitos que aqui deixei de minha vida. Conflitos que me ajudaram a amadurecer, que me irritaram e alguns que, até hoje, balançam minhas estruturas. Mas conflitos passados, momentos passados, que, de algum modo, ficaram presos lá atrás. É fácil perceber o porquê de muitas pessoas não conseguirem seguir em frente com sua vida e se manter no presente plenamente. É quase impossível isso para alguém que deixou algo importante para trás. Sempre haverá comparações, sempre haverá recordações e isso impede de viver o presente e receber tudo o que ele lhe dá de braços abertos. Se alguém é capaz de fazer isso, parabéns, mas eu ouso dizer que este alguém pode não ser plenamente humano. Arrependimento, empatia, sofrimento e, principalmente, frustração são características intimas do indivíduo humano. Estamos expostos aos nossos erros a cada instante. A cada instante a nossa consciência é perturbada com o "e se eu tivesse feito uma escolha diferente". Mas o que podemos fazer a respeito a não ser aprender a viver com isso? O que nos faz maduros não é a quantidade absurda de experiências que já tivemos, mas o que nós fazemos e somos capazes de fazer a todas aquelas experiências que recusamos viver ou que não vivemos quando tivemos a chance.
E N J O Y.

É engraçado como, na vida, há padrões que se repetem da forma mais sutil possível ou a da mais intolerável. E esses padrões podem nos fazer infelizes durante anos. Se não os percebemos, não ficamos imunes a eles por não conseguirmos nos esquivar. Alguns padrões tocam na nossa ferida. Ferida de desconfiança, de traição, de perdas. O que fazemos a respeito? O fato é que quando percebemos o padrão de repetição ficamos atordoados. Como deixamos isso acontecer, o que estamos fazendo para mantê-lo? E, a pergunta que mais nos atordoa nesse instante: como quebramos essa tradição?
Na verdade, não queremos descobrir os padrões que envolvem nossa vida, pois no momento em que os desvendamos nos sentimos mais vulneráveis e frágeis do que um bebê de rato, sem pelo, sem visão, perdido no mundo. Por isso, acompanhando a descoberta, vem a raiva. Raiva imensa de nós mesmos, por termos deixado isso acontecer.